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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

VOCÊ SEMPRE APLAUDE DE PÉ?

Você já passou pela situação de, ao final de um espetáculo (que embora fosse até bom, você não achou lá tão incrível assim) aplaudir sentado, enquanto todos se levantam e aplaudem calorosamente de pé? 



Quem já passou por isso, conhece a sensação: um desconforto, um incômodo, um deslocamento. Mas independente disso, digamos que você se mantém íntegro na sua escolha de aplaudir sentado, apesar dos olhares de reprovação ao seu redor (sim, porque algumas pessoas olham mesmo e outras ainda fazem cara feia, como se você estivesse desrespeitando o artista). Então, você sabe exatamente do que estamos falando.

Hoje em dia essa atitude, para grande parte da plateia, é "quase" como se você estivesse vaiando. Só não é pior do que sair no meio do espetáculo. Ou vaiar mesmo (coisa rara hoje em dia). 

Também, quem é que vai expressar assim, amplamente sua insatisfação (nem sempre você está insatisfeito, só não achou genial! ) quando pega tão mal? E porque pega tão mal? Porque virou um hábito. Aliás, está mais para vício do que hábito propriamente dito.
Mas enfim, essa é a nossa opinião. 

Como artistas de teatro, sabemos que aplausos de pé não são mais termômetro de qualidade. Nem de gosto. Talvez, nunca tenham sido. Mas certamente, houve um tempo em que arrancar aplausos calorosos ao final de um espetáculo era, sem dúvida, mais emocionante.

Hoje, restam os aplausos em cena aberta. Ou ainda, aquele momento dos agradecimentos em que o público fica com as mãos vermelhas e doloridas de tanto aplaudir. O elenco agradece. Sai. Volta. Minutos mágicos e sinceros se passam. E os aplausos continuam, parecendo não ter fim... 

O que você acha? 
Como costuma se comportar ao final de um espetáculo? 
Como artista, isso te incomoda? 
E como plateia? Você tem vergonha de "mostrar"que não achou incrível?

Pois se tem, não deveria. O artista (no melhor sentido da palavra) gosta de elogio, quando verdadeiro. Mas senso crítico é F U N D A M E N T A L.

Nelson de Sá escreveu uma matéria (leia aqui) para a Folha de São Paulo intitulada: "FEBRE" DE APLAUSO DE PÉ  INCOMODA ARTISTAS E CRÍTICOS DE TEATRO

Confira a matéria abaixo e compartilhe sua opinião com a gente! Está aberto o debate!


"FEBRE" DE APLAUSO DE PÉ INCOMODA ARTISTAS E CRÍTICOS DE TEATRO

A Europa era exceção, até poucos anos atrás. Mas também por lá o crítico inglês Michael Billington lamentou que esteja chegando o "hábito sujo americano" de aplaudir de pé no final da peça. Qualquer peça.

O crítico americano Ben Brantley concorda e até lançou um apelo público, no "New York Times", "pela volta do aplauso sentado". Aplaudir de pé, afirma, "virou um gesto social automático", sem sentido.

No Brasil, o diretor Antunes Filho e a atriz Nydia Lícia, com carreiras iniciadas há mais de meio século no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), atestam que "essa mania de levantar sempre", como ela descreve, é recente.


Lenise Pinheiro/Folhapress
Público aplaude monólogo 'A Vida Sexual da Mulher Feia
Público aplaude monólogo 'A Vida Sexual da Mulher Feia'

Antunes arrisca que o hábito se disseminou a partir dos anos 90. "Antes era mais seco", diz. "Agora é um touro bravo, vai que vai. Agora é absolutamente nada."

"Antes era um gesto estrondoso para o ator", relata Nydia, citando, entre os raros aplausos de pé no TBC, "Seis Personagens em Busca de um Autor" (1951), com Sergio Cardoso, Cacilda Becker, Paulo Autran e Cleyde Yáconis.

"Era excepcional", diz. "Agora levantam, assobiam, gritam e fica por isso mesmo. Você não tem mais medida, não sabe até que ponto agradou. O ator fica mimado."

Com a presença crescente de celebridades do cinema e da TV no palco, tanto aqui como no exterior, o fenômeno avançou para o meio das apresentações, para a entrada em cena. "A sugestão é, no caso de estrelas menos veneráveis, como Julia Roberts, 'bom para você, você é famosa'", critica Brantley.

PANDEMIA
 
Ele reconhece que aplaudir de pé é um "vírus" que pode ter tido sua origem na Broadway, seguindo depois para Europa e outros junto com as franquias dos musicais nova-iorquinos.

Cláudio Botelho, que ao lado de Charles Möeller ajudou a estabelecer os musicais no Brasil, também questiona o fenômeno, mas acrescentando ser mais acintoso por aqui —onde programas de auditório teriam instituído, segundo ele, que "quem quer que apareça é aplaudido".

Lamenta, sobretudo, que "não tem mais diferença: aplaudem de pé tanto Marília Pêra como qualquer grupo jovem". Citando também Bibi Ferreira e Fernanda Montenegro, cobra: "O que você vai dar como reconhecimento às grandes divas?".

São muitas as hipóteses para a "febre", segundo o "NYT": espectadores aplaudem para justificar o ingresso caro; por serem turistas, não habituados ao teatro; pelo alívio físico de se levantar; até para chegar antes à saída, nas plateias lotadas.

Antunes acrescenta um fenômeno local relativamente novo e semelhante àquele dos turistas na Broadway: "A classe média aumentou. É uma coisa boa, mas eles ainda não têm base. Ir ao teatro já é uma vitória social".

Saulo Vasconcelos, protagonista de musicais como "O Fantasma da Ópera" no Brasil e no exterior, soma ainda duas razões específicas, no caso de São Paulo. "As pessoas aplaudem já se levantando para ir embora, porque o estacionamento é um inferno. E também porque o espectador daqui é gentil, quer mostrar seu carinho."

AUTOENGANO
 
Ron Daniels, que começou como ator nos anos 60 no Teatro Oficina e a partir dos anos 70 se estabeleceu como encenador em companhias como a Royal Shakespeare Company e o American Repertory Theater, acredita que o problema é maior nos Estados Unidos e no Brasil.

"Em Nova York eles sempre se levantam. Na Inglaterra, só em musical, Shakespeare não", diz ele. "Eu detesto esses aplausos, o espetáculo perde o valor. Mas, quando é merecido, a 'standing ovation' [aclamação de pé] é maravilhosa."

Para Daniels, o fenômeno "é muito esquisito: a plateia se congratula a si mesma". Michael Billington, que é crítico do londrino "Guardian", concorda que a febre do aplauso de pé surgiu com o público "tentando enganar a si mesmo", sugerindo que a cura teria de partir dele.

Leia também: Applause is contagious like a disease (Aplauso é contagioso como uma doença)



por Laura Limp (Marketing Digital)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

PÚBLICO INFANTIL / PEÇA INFANTIL


Está lançada a polêmica!

Saiu uma matéria na Veja Rio sobre a falta de educação das crianças no teatro. Confira no site  AQUI ou abaixo:

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Na selva das peças infantis

Montagens teatrais recorrem a avisos no início dos espetáculos para conter pimpolhos atirados e papais sem educação

por Rafael Teixeira | 02 de Novembro de 2011
Hábito crucial na introdução dos pequenos ao mundo das artes, frequentar peças infantis também pode ser uma experiência torturante. Gente fotografando o espetáculo, falando ao celular ou simplesmente desrespeitando atores e outros espectadores são cenas frequentes no roteiro de quem costuma ir às sessões no fim de semana. "Acontecem coisas inacreditáveis. Se fossem para o público mais velho, teriam de ser interrompidas", reconhece Fabiana Valor, atriz e diretora, atualmente em cartaz com O Patinho Feio. Não por acaso, várias montagens estão incorporando avisos para tentar domar o mau comportamento dos pimpolhos mais atirados e dos papais sem educação. Logo no início da encenação, com muito jeitinho, os próprios intérpretes alertam sobre as dificuldades enfrentadas pelas produções. Às vezes, os problemas ocorrem por pura desinformação. Um exemplo frequente: levar um pré-adolescente a uma trama recomendada para crianças muito pequenas (ou vice-versa). Em outras ocasiões, é falta de educação mesmo. Daí decorrem episódios como o do pai que explica a plenos pulmões cada cena ao filho, sem ele perguntar, ou que deixa o garoto brincar com seu videogame barulhento e luminoso durante a sessão. Resume o dilema a atriz e diretora Melissa Teles-Lobo: "A dificuldade é não tolher a espontaneidade de ninguém, sem deixar que essa atitude interfira e prejudique os outros espectadores". O bom-senso costuma ser um grande aliado na busca por esse ponto de equilíbrio. Veja ao lado (no caso, abaixo) as situações mais comuns e o que se poderia fazer para evitá-las.


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E aí? O que você acha?

Aqui na Sede das Cias já tivemos uma peça infantil. Era o espetáculo O MÉDICO QUE TINHA LETRA BONITA, dirigido pela Guta Stresser. Bom, por aqui a criançada se comportou. Mas o que nós estamos habituados por aí é isso mesmo. E a "SELVA" não é só infantil não. Tem muito adulto mal educado também, nos teatros e cinemas e pela vida à fora. 



Mas nossa experiência por aqui não poderia ter sido melhor. A temporada foi curta. Dias 12, 13, 14 e 19 de novembro de 2013. O horário era alternativo. E a maior parte do público era de crianças de escolas públicas. Mas se tem algo que podemos dizer é que se comportaram muito bem e se divertiram muito. O artigo diz que se a peça é boa, as crianças costumam interagir. E esse era bem o caso. E a interação, mais do que bem vinda!


Sobre o espetáculo

Respeito à individualidade inspirou musical infanto-juvenil que une Guta Stresser e Vinícius Moreno fora da TV

                                               A atriz Érica Mignon e crianças interagindo durante a peça


Todo mundo já foi alvo da chacota de colegas de classe ou mesmo dos amigos de infância. O que hoje é conhecido como bullying é um dos muitos temas tratados em “O médico que tinha letra bonita”, musical dirigido por Guta Stresser e no qual ela contracena com Vinicius Moreno (o Florianinho do seriado “A grande família”), Érica Migon e com Nervoso (nome artístico do músico André Paixão), idealizador e diretor musical da montagem. Com dramaturgia assinada por Pedro Brício (Prêmio APCA pelo infantil “O menino que vendia palavras”), o espetáculo, patrocinado por Furnas Cultural, estreiou dia 16 de outubro no Espaço SESC, em copacabana e depois teve curta temporada aqui na Sede das Cias, em novembro e atualmente está se apresentando na Gamboa. No palco há também uma banda cujos integrantes dão voz a outros personagens da trama.


Vinícius faz aos 14 anos sua estreia nos palcos na pele de Tom, menino cujo comportamento apresenta mudanças. Ter abandonado a escolinha de futebol ou descuidado do bom desempenho escolar são alguns deles. O mais evidente (e estranho) dos sintomas é o fato de que seus pés movem-se como se quisessem extravasar algo. É levado então ao médico pela mãe (Érica Migon), que deseja saber se o menino é alvo “dessas perseguições que acontecem nas escolas”. Durante a anamnese, Tom nota naquele médico uma característica raríssima: ter a letra bonita. O doutor lhe revela o fato de sua letra bonita ter feito dele alvo de provocações na infância. “Não é fácil ser diferente”, atesta antes de recomendar a Tom que encontre uma forma de extravasar seu talento (no caso a dança). “Descubra sua caligrafia”, aconselha. 

A ideia da peça surgiu na cabeça de Nervoso após justamente uma visita ao oculista. Preenchida a receita, desabafou a respeito de os médicos não terem letra bonita. “Alguém tem de levar isso para o palco. E não serei eu”, devolveu-lhe o especialista. Foi a deixa para que temas como ser diferente, a descoberta de uma vocação ou a formação social de um indivíduo povoassem a cabeça do músico , que criou as primeiras canções daquilo que não sabia ainda se seria um show, uma peça ou as duas coisas. A primeira leva de canções foi testada, em 2011, justamente num show beneficiado por edital de um banco privado. Sem o mote lhe dar trégua, Nervoso compôs nova safra, levada à Sala Funarte de São Paulo, no ano seguinte. 

E o fato de as canções terem surgido antes do texto diz muito sobre a concepção cênica. Não à toa que Guta e Nervoso referem-se à montagem como uma peça-show ou vice-versa. “Não se trata de um musical convencional, com maestro e orquestra no fosso, essas coisas. Quero a integração entre músicos e atores. Tanto que os músicos também são personagens. A ideia inicial é que todos usem um figurino-base sobre o qual serão adicionados acessórios, dependendo do personagem que interpretam”, explica Guta em sua terceira direção teatral e a primeira à frente de um musical. 

O novo desafio pode até ter provocado nela aquele friozinho na barriga. Guta não teme buscar, como o pequeno Tom, uma (nova) caligrafia. Falando no menino, ele volta, tempos depois, ao médico. Quer mostrar ao amigo a música inscrita por ele no festival que o colégio prepara para o Dia dos Pais. E vai além: como seu pai viaja muito a trabalho, sugere que o amigo o substitua na homenagem. E como o médico sai dessa? Quem conferiu o espetáculo na Sede, sabe. Se quiser saber mais sobre o espetáculo que foi sucesso de público por onde passou, acesse a página da peça no facebook: AQUI


FICHA TÉCNICA

Texto: Pedro Brício 
Direção geral: Guta Stresser
Idealização e direção musical: André Paixão (Nervoso)
Elenco: Guta Stresser, André Paixão (Nervoso), Erica Migon e Vinícius Moreno
Elenco musical: Maurício Calmon (bateria, teclado e vocal), André Paixão (guitarra e vocal), Joana Cid (baixo e vocal), Jayme Monsanto (teclado e vocal) e Leonardo Vieira (guitarra e vocal)
Direção de movimento: Paula Maracajá
Cenografia: Nello Marrese e Bia Kaysel
Figurino: Antônio Guedes
Iluminação: Daniela Sanchez 
Vídeos: Joaquim Castro, Felipe Drehmer e Heloisa Duran 

Programação visual: Luciano Cian
Assessoria de imprensa: Silpert e Chevalier Comunicação
Fotografia: Ana Alexandrino
Marketing Digital: Laura Limp (Qtal Design)

Assistência de direção: Ivan Vellame
Assistência de Figurino: Luz de Lucena
Cenotecnia: André Salles e equipe
Operador de luz: Orlando Schaider
Técnico de P.A: Fernando Fischgold
Diretor de Palco: Leandro Brander
Camareira: Ligia da Silva

Direção de Produção: Tárik Puggina
Gerente de Projeto: Carla Torrez Azevedo
Administração Financeira: Amanda Cezarina
Produção Executiva: Júlia Rónai 
Assistência de Produção: Clara Rescala

Realização: Areia Produções e Nevaxca Produções
Idealização: André Paixão



Confira abaixo mais fotos (de Ana Alexandrino):





Agora, a incrível banda:







Curiosidade: Vocês lembram do "reality show" Geléia do Rock? Pois é. Olha eles aí, neste post desencavado do site do programa no MULTISHOW: 

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Amigos para siempre

Joana e Jayme trocam camisetas de suas bandas 
Vocês lembram de quando a Joana estava fazendo as camisetas da banda dela, né? Pois então, a arte da menina fez sucesso. Jayme saiu por aí desfilando todo feliz com sua camiseta da Tipo Uísque. Em compensação, Joana exibia com orgulho a camiseta da The Cheddars, banda do Jayme. Competição pra quê, né? 
Música é união! Lindo!
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Isso foi em 2010, quando tanto Joana Cid quanto Jayme Monsanto e Leonardo Vieira participavam do "reality", se conheceram e conheceram o André Paixão (Nervoso), que acabou juntando a turma novamente no espetáculo. Já o músico Maurício Calmon que já era profissional há mais tempo, entrou para substituir o baterista anterior e foi ficando e ficou.
Só fera! Não é à toa que o espetáculo é um sucesso por onde passa e deixa muitas saudades!


E a criançada? De quem é a culpa? Da educação? Da permissividade dos pais? Adulto mal educado gera criança mal educada? Ou a culpa é do espetáculo? Ou joga pro universo e confia que vai dar tudo certo? rsrs



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