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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O CONFETE DA ÍNDIA NA SEDE DAS CIAS

Hoje a Sede das Cias tem o prazer de receber às 20h e em ÚNICA APRESENTAÇÃO  O Confete da Índia, às 20h. O mais novo espetáculo solo com André Masseno,  que assina a concepção e direção do projeto, com colaboração dramatúrgica do renomado coreógrafo Tuca Pinheiro. O espetáculo dialoga com a experiência contracultural do desbunde, que influenciou arte e vida entre os decênios de 1960 e 1970, e que, inspiradas pela leitura do comportamento dos índios antropófagos feita pelos Modernistas da Semana de 22, deglutiam culturas e posturas estrangeiras para criarem um modo tipicamente extasiado de vivenciar e olhar o mundo.


Após o espetáculo, sempre acontecem debates, mediados por personalidades da contracultura brasileira, tais como o bailarino e coreógrafo Ciro Barcelos, que foi um dos integrantes do lendário Dzi Croquettes, o crítico literário Italo Moriconi, e hoje com Ana Cristina Chiara, professora da UERJ e autor do livro "Ensaios de possessão (irrespiráveis)". 

O espetáculo surgiu pela minha inquietação e urgência em repensar o nosso corpo na atualidade, porém tendo como ponto de partida alguma referência comportamental que tivesse uma ligação com a nossa história”, afirma André Masseno. Ainda, de acordo com o coreógrafo, O Confete da Índia, buscou referências históricas, artísticas e comportamentais dos períodos entre as décadas de 60 e 70, como na voz agressivamente doce de Gal Costa e na ambiência de seu álbum ‘India’, nas fotos de Artur Omar sobre foliões do Carnaval carioca, no embalo das cantoras da discoteca, nos falsetes de Jorge Mautner, no jogo andrógino dos corpos masculinos como os de Ney Matogrosso e Caetano Veloso, na postura artística de Hélio Oiticica, entre tantos outros artistas deste vasto período. 

“No entanto, nenhuma destas referências está transparente neste espetáculo. Elas foram deglutidas, reprocessadas, e funcionaram, na realidade, como um ‘bisturi’ roubado, que me utilizei para cortar a minha ‘carnalidade’, e conclui: “é este jogo com uma corporeidade desbundada, carnavalizada, que considero um espetáculo sobre a urgência de uma atitude política nossa diante da posição desenvolvimentista que o país passa na atualidade. Porém, uma atitude política que passe não por partidarismos, mas sim por ações efetivamente críticas e, paradoxalmente, extasiadas, em nossa esfera social”.


Sobre o espetáculo
O espetáculo busca novas abordagens possíveis do desbunde, aqui considerado como uma experiência corporal do êxtase, quando o corpo se desloca para fora de si (ek-stasis) em direção a um estado de explosão e transbordamento. O Confete da Índia é um jogo de deglutição e reprocessamento do alheio, gerando um acontecimento repleto de gestualidades, imagens e estados de presença que revisitam a experiência física do corpo-em-desbunde, de sabor extático e tropical, e que pode ser entrevisto em algumas obras resultantes do período em questão e com as quais o espetáculo se confronta, entre elas, a performance da cantora Gal Costa no álbum Índia (1973), as fotos de foliões do Carnaval carioca, feitas por Arthur Omar na série Antropologia da Face Gloriosa (1973-1996) e a corporeidade andrógina do grupo Dzi Croquettes.
É um espaço de conflito e de pulverização entre passado e presente, fonte e influência. Uma experiência compartilhada, uma reflexão físico-crítica acerca das posturas e políticas corporais em vigor na esfera pública atual.
O projeto tem a concepção, direção e interpretação de André Masseno, com larga experiência na criação e produção de espetáculos solos, conta com a assistência de direção e colaboração dramatúrgica do renomado coreógrafo Tuca Pinheiro e com a produção de Verônica Prates (Quintal Produções). O desenho de luz é assinado pelo premiado Renato Machado, a direção de arte é executada pelo artista visual Fábio Carvalho, e a programação visual é de Karin Palhano.
O Confete da Índia é contemplado pelos prêmios Funarte de Dança Klauss Vianna 2011 e FADA 2011 – Fundo de Apoio à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Abaixo, uma entrevista com o artista André Masseno falando sobre o espetáculo logo após a apresentação no Solar de Botafogo. Ele fala também sobre a concepção do espetáculo e sobre como se insere na sua trajetória de trabalho: 




SINOPSE

O Confete da Índia, de André Masseno, é uma obra solo em diálogo com a postura corporal do desbunde, arte e atitude contraculturais que, durante os decênios de 1960-1970, deglutiam culturas e posturas estrangeiras para criarem um modo tipicamente extasiado de vivenciar e olhar o mundo. Contemplado pelo APCA 2013 como Melhor Projeto Artístico em Dança, O Confete da Índia compõe-se por uma trilha sonora emblemática do período contracultural brasileiro e que embala um corpo em estado de êxtase, que, por sua vez, questiona as fronteiras entre passado e presente, entre fonte e influência. Para André Masseno, O Confete da Índia configura-se como uma aposta na experiência do êxtase e transbordamento como estratégia para se (re)pensar as posturas e políticas corporais em vigor na esfera pública atual.


FICHA TÉCNICA

Concepção, Direção, Dramaturgia e Performance: André Masseno
Colaboração Dramatúrgica e Assistência de Direção: Tuca Pinheiro
Desenho de Luz: Renato Machado
Direção de Arte: Fábio Carvalho
Figurinos e Seleção Trilha Sonora: André Masseno
Direção de Produção: Verônica Prates
Consultoria Teórica: Leonardo Davino
Programação Visual: Karin Palhano
Fotos Divulgação e Ensaio Fotográfico: Nilmar Lage
Equipe de produção: Anádia Oliveira
Realização: Quintal Produções


SERVIÇO

Local: Sede das Cias 
Endereço: Rua Manuel Carneiro, 12 – Lapa (Escadaria Selarón)
Informações: (21) 2137-1271
Ingresso: R$ 20,00(inteira) R$ 10,00(meia)
Duração: 60 minutos 
Bilheteria: abre 1 hora antes do espetáculo
Gênero: Dança 
Capacidade: 60 pessoas 
Classificação etária: 16 anos 
Temporada: somente dia 01 de setembro, às 20h


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